Quando há algum impedimento para que a respiração nasal se possa realizar, surge a respiração oral.
A respiração de modo nasal possibilita o crescimento e desenvolvimento facial de maneira adequada, por meio da ação correta da musculatura. A respiração oral influencia negativamente o crescimento e o desenvolvimento do esqueleto craniofacial.
A terapia miofuncional orofacial é considerada um método de tratamento que pode aumentar a força muscular, podendo devolver a estabilidade morfo-funcional às estruturas orofaciais. A terapia pode provocar mudanças nos padrões funcionais, e assim prevenir desvios no desenvolvimento orofacial, pois promove nova postura de estruturas em repouso e durante a realização das funções do sistema estomatognático.
Sabe-se que as causas mais frequentes da respiração oral são obstruções nasais e/ou faríngeas. A flacidez dos músculos faciais e mastigatórios também pode levar a boca a se abrir, podendo causar uma respiração oral funcional, neste caso sem qualquer obstrução.
Os indivíduos respiradores orais podem apresentar vários sintomas característicos de quadro chamado de Síndrome do Respirador Oral, como:
- alterações craniofaciais
- alterações dentárias
- alteração dos órgãos fonoarticulatórios
Verifica-se que quando o tratamento em Terapia da Fala se realiza juntamente com a reabilitação ortodôntica, as evoluções são mais satisfatórias.
A terapia possibilita a instalação da respiração nasal através do fortalecimento da musculatura dos órgãos fonoaticulatórios e da eliminação do hábito de sucção, quando este está presente. A terapia miofuncional também pode melhorar a morfologia e as funções dos músculos em pacientes respiradores orais sem obstrução nasal.
Sintomas como baba noturna, ronco e alergia estão diretamente relacionadas ao tipo respiratório, prevalecendo na sua maioria no grupo dos respiradores orais, apesar de ser possível também encontrá-los nos respiradores nasais.
O impacto da asma, rinite alérgica e respiração oral afetam diretamente a qualidade de vida do indivíduo não só pela alteração respiratória, mas também, pelos prejuízos comportamentais, funcionais e físicos que ocasionam.
Revista CEFAC, v11, supl 305-310, 2009
Júlia Gallo / Alcione Ramos Campiotto
Boas Terapias
Diana Moreira